quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL

Morche Ricardo almeida

Após uma década, no dia 20 de julho de 2010, institui-se o Estatuto da Igualdade Racial, lei 12.288, que reforça as garantias anteriores e assegura à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica (art. 1º.). Direito à saúde, à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos religiosos, acesso à terra e à moradia adequada, trabalho, meios de comunicação, inclusive do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir).

A lei 12.288 instituiu o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder público federal. Os Estados, o distrito Federal e os municípios poderão participar do Sinapir mediante adesão e o poder público federal incentivará a sociedade e a iniciativa privada a participar do Sinapir (art. 47, parágrafos 1º e 2º).

Como se apropriam os alunos do conhecimento no ensino fundamental e médio se a disciplina é História e o conteúdo é a história geral da África? Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, é obrigado o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil, observado o disposto na lei 9.394/96. (art. 11, caput). O Estatuto da Igualdade Racial assegura que os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País (art. 11, § 1º.)

Quantos alunos conhecem a história do samba, este gênero musical de raízes africanas? O poder público incentivará a celebração das personalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e privadas. (art. 19). Têm sambistas de Eliane de Lima a Zeca Pagodinho. E os Nelsons? Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento. E o 2 de dezembro, o Dia Nacional do Samba? Samba-enredo, samba carnavalesco, samba de partido alto, pagode, sambalaço, samba de gafieira, samba-canção, samba-exaltação, samba de breque, o samba de freio do Morengueira (Moreira da Silva) cronificando o Rio de Janeiro com inúmeros sucessos.

Qual é a história dos orixás? É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantia, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias (art. 23). Como ocorre o sincretismo religioso? Quais as religiões de matrizes afro-brasileiras?  

O poder público elaborará e implantará políticas públicas capazes de promover o acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo. (art. 27). Serão assegurados à população negra a assistência técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da produção, e o poder público promoverá a educação e a orientação profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunidades negras rurais (arts. 29 e 30).

A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a participação da população negra na história do País. Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística. (arts. 43 e 44).

Para efeito do Estatuto da Igualdade Racial, considera-se discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. (art. 1º, inciso I).

Este documento estatutário introduz nos espaços jurídicos o instituto das ações afirmativas representando outro avanço às políticas de igualdade racial para a população negra. Segundo o Ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial “nosso próximo desafio é regulamentá-lo e fazer com que os brasileiros e brasileiras dele se apropriem, efetivamente”.   
Bibliografia
BRASIL. Estatuto da Igualdade Racial. Brasília: Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, 2010

domingo, 13 de novembro de 2011

NOVEMBRO: MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA


As instituições municipais e movimentos negros catarinenses estão encaminhando programação para que os membros do fórum participem das ações previstas para o mês de novembro, eventos alusivos ao mês da consciência negra. Foram recebidos convites de São José, Florianópolis, Itajaí, Tubarão, Jaraguá do Sul, Joinville, Palhoça e  Blumenau até o momento. O presidente do fórum, Morche Ricardo Almeida, participou dia 12 da abertura das manifestações no Município de São José a convite da professora Janaina Amorim da Silva.
Da esquerda para direita: Morche Ricardo Almeida (Presidente do fórum); Janaina Amorim da Silva (Secretaria Municipal de Educação de São José - diversidade); Sumaya Lima (Professora doutora) e Joel Zito Araújo (Cineasta)



Com a presença de Joel Zito de Araújo, diretor do filme "Filhas do Vento" que foi exibido no cine Nação, no centro de eventos de São José, SC, no dia 12 de novembro, teve início os eventos para garantir o que preconiza, também, a lei 10.639/03 que é o dia da consciência negra. Após a exibição do filme foi oportunizado debate com o diretor e com a professora doutora Sumaya Lima.



REUNIÃO FÓRUM - TUBARÃO

A reunião do fórum no mês de novembro, aconteceu no Município de Tubarão, no auditório da AMUREL (Associação dos Municípios da Região Lagunar). Teve como pauta: Recepção dos presentes; mesa Redonda: Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicorraciais; Relato de experiência do Município de Tubarão.  Seminário Regional de Formação de Gestores (SECADI); Criação de Fóruns Regionais; Grupos de Trabalho – Criando estratégias de atuação.

A secretária de Educação do Município de Biguaçu, Maria de Fáveri, representou no encontro do fórum, em Tubarão, o Secretário de Educação de Florianópolis e presidente da UNDIME/SC, Rodolfo Pinto da Luz. A UNDIME foi convidada para falar sobre as Leis 10.639/03 e 11.645/08 e sua efetivação nas escolas municipais do Estado de Santa Catarina. Até o momento não existe relatório oficial deste trabalho nos municípios. 


Dentre os encaminhamentos tirados no encontro de Tubarão é que nos Seminários Regionais de Formação de Gestores que acontecerão no próximo ano, seja garantida as questões relativas a diversidade étnica. O fórum também buscará junto com o SECADI/MEC relação de títulos distribuídos até o momento para as bibliotecas das escolas municipais e estaduais e, ainda, qual o destino dado aos livros que trata da História do negro em Santa Catarina, A África está em nós, de autoria da professora Jeruse Maria Romão, que foram adquiridos pela Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina.


A próxima reunião do fórum está programada para acontecer no dia 08 de dezembro no município de Florianópolis.




IV ENCONTRO REGIONAL DO FIPIR/SEPPIR – REGIÃO SUL

Aconteceu nos dias 26 e 27 de outubro no Município de Joinville, Santa Catarina, o IV Encontro Regional do FIPIR/SEPPIR - Região Sul. Representando o fórum Permanente de Educação das Relações Étnicorraciaisde Santa Catarina, esteve o presidente Morche Ricardo Almeida.


Assessora para Assuntos Federativos da SEPPIR, a Sra. Maria do Carmo Ferreira da Silva, apresentou a nova estrutura do FIPIR dentro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ressaltando também a importância dos encontros de gestores.


O Sr. Marcos Willian Bezerra de Freitas, Assessor do Gabinete da Ministra da SEPPIR, que fez uma breve explanação sobre a SEPPIR e o SINAPIR.


A Coordenadora Geral do FIPIR/Região Sul, a Sra. Maria de Fátima Beraldo.


Clovis André/RS coordenação do FIPIR/Região Sul


Graziela Gonçalves/SC 
coordenação do FIPIR/Região Sul



A SEPPIR é referência internacional para dezoito países da América Latina e Caribe, além de manter intercâmbio com os Estados da América do Norte, o Continente Europeu e o Continente Africano. O referido organismo tem cumprido um papel estratégico no aprofundamento da democracia participativa através de suas instâncias, tais como: as Conferências, o Conselho Nacional (CNPIR), as Políticas de Comunidades Tradicionais e de
Terreiros, a implementação de Ações Afirmativas nas áreas da educação, saúde, cultura - juventude e lgbt, segurança e trabalho.
Precisamos resgatar parte do legado deixado pelo força, pelo suor, pela dor, pela ousadia e acima de tudo pela superação de negros e negras que deram tudo para ajudar o país a chegar a este patamar que hoje se encontra, mas mais do que isso continuam com seu protagonismo mesmo diante da dura realidade sócio econômica. A SEPPIR é esse canal que permite o diálogo franco e fraterno do Governo com a Sociedade, e principalmente com os movimentos sociais Texto retirado do relatório final do evento).

VII COPENE


O fórum esteve representado por seu presidente, Morche Ricardo Almeida,  na reunião que aconteceu no dia 14 de outubro de 2011, na sala do NEAB/UDESC, sob a coordenação do professor Paulino de Jesus Francisco Cardoso. Reunião que teve como pauta, apresentar e solicitar propostas para o VII COPENE que acontecerá em Florianópolis em julho de 2012.

REUNIÃO DO FÓRUM EM ITAJAÍ

Da esquerda para direita: José Ribeiro (Vice-presidente do fórum); Marcio Antonio Silveira (Secretário Municipal de Relações Institucionais e Temáticas de Itajaí); Neli Goes (Primeira Secretária do Fórum) e Morche Ricardo Almeida (Presidente do fórum).

A reunião do fórum aconteceu no Município de Itajaí no dia 30 de setembro de 2011 no período vespertino. Teve como pauta principal, analisar e debater sobre o que o Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais Para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana, apresenta como metas de responsabilidade dos fóruns. Na oportunidade foi repassado para a Secretária os livros da coleção História Geral da África,da UNESCO, a coleção deverá ficar a disposição de todos os cidadãos, para pesquisa na sede do NEAB/UDESC em Florianópolis. Os participantes receberam exemplares do Estatuto da Igualdade Racial, do livros Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial (Organização de Hédio Silva Júnior, Maria Aparecida da Silva Bento e Mário Rogério Silva), Notas de História e Cultura Afro-Brasileiras (Organizadores Hilton Costa e Paulo Vinicius Baptista da Silva), receberam ainda o CD da coleção História da África.

Participantes da reunião em Itajaí

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

CONVOCAÇÃO

O presidente do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicorracial, vem por meio desta convocar os representantes a participarem da reunião ordinária do fórum a se realizar na Prefeitura Municipal de Itajaí.

Endereço: PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJAÍ,
Rua Alberto Werner nº 100
Bairro Vila Operária
1º Piso - Sala dos Pregões
Horário: 14h00 as 17h00
Dia: 30/09/11

Proposta de Pauta para reunião ordinária do Fórum Permanente de Educação:

Leitura e aprovação de ata da reunião anterior.
Repasse sobre seminário ocorrido em Curitiba dias: 25,26 e 27 agosto de 2011.
Relato sobre construção do Plano Municipal de Itajaí. (Graziela Gonçalves)
Plano Nacional: principais ações para o sistema de ensino municipal.
 Articulações dos conselhos de educação.
Metas previstas no plano Nacional relacionadas diretamente ao Fórum.
Regulamentação das Leis Nº 10.639/03 e 11.645/08 pelos Consellhos Municipais de Educação e Conselho Estadual de Educação.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

SIMPÓSIO Patrimônio, Territórios e Identidades Afro-brasileiras, promoção do NEN, no XVI Congresso Mundial da UISPP

Dia 09/09 (sexta-feira) - Centro de Eventos da UFSC

Manhã:
10hs. Mesa de Homenagens do Congresso Mundial UISPP :
- Prof. Dr. Kabengele Munanga, Prof. Émerito da USP/SP
- Frei David, Militante do Movimento Negro e Ativista em prol das Ações Afirmativas e Sistema de Cotas no Brasil .
Coordenação: Prof. Dr. Rossano Bastos, Secretário Geral do Congresso
Participação: Elói Ferreira, Presidente da Fundação Cultural Palmares

11hs. SIMPÓSIO
Mesa I- Patrimônio, Territórios e Identidades Afro-brasileiras
- Prof. Dr. Kabengele Munanga, Prof. Émerito da USP/SP
- Prof. Dr. Rossano Bastos, IPHAN-SP, USP
Coordenação: João Carlos Nogueira, Doutorando em Arqueologia. NEN e ITM
Tânia Tomásia do Nascimento, Doutoranda em Arqueologia. NEN e ITM


15hs. Mesa II. Pesquisas e o Patrimônio Histórico Cultural na Perespectiva da Cooperação Internacional
- Prof. Dr. Rossano Bastos, IPHAN-SP, USP
- Prof. Dr. Luiz Moraes, USP
- Prof. Dr.Luiz Oosterbeek, Presidente para a Cooperação e Relações Internacionais do Instituto Politécnico de Tomar - Portugal
Coordenação: João Carlos Nogueira, Doutorando em Arqueologia. NEN e ITM
Tânia Tomásia do Nascimento, Doutoranda em Arqueologia. NEN e ITM


18hs. Lançamento dos Livros: TERRA E POVO NEGRO: histórias, políticas e desenvolvimento no meio rural brasileiro e NEGROS NO BRASIL: política, cultura e pedagogias

domingo, 28 de agosto de 2011

SEMINÁRIO "EDUCAÇÃO INFANTIL E IGUALDADE RACIAL"



O professor Morche Ricardo Almeida, representou o Fórum no Seminário Regional "Educação Infantil e Igualdade Racial", II Seminário da ABPN-SUL e II Encontro CONNEABS da Região Sul que aconteceu em Curitiba entre os dias 25 e 27 de agosto. Os temas abordados foram políticas afirmativas para a população negra. Políticas afirmativas para população negra em universidades da Região Sul: pesquisa, avaliação e monitoramento. O professor Paulino Cardoso apresentou a proposta para o VII COPENE. Mesa com Professor Valter Silvério, professor Hédio Silva Júnior, profesora Rita de Cássia Freitas Coelho, Claudia Maria da Cruz, Sonia Regina Pereira, professora Neli Goes, que falaram sobre "Diversidade e promoçõ racial na Educação Infantil" e "Rede para igualdade racial na Educação Infantil"
Dentre as várias pesquisas apresentadas durante o evento teve destaque os resultados da pesquisa do professor Paulo Vinicius Baptista da Silva e Débora Oyayoma Cristina de Araújo. O tema "Relações raciais na mídia brasileira" foi trabalhado pela professora Rosane Borges, UEL; Dennis de Oliveira, ECA - USP e Wellington Oliveira dos Santos, NEAB-UFPR.

REUNIÕES ORDINÁRIAS DO MÊS DE AGOSTO



No mês de agosto de 2011 os representantes do Fórum reuniram-se em Gaspar (03/08) e em São José (23/08). A Secretaria Municipal de Educação de Gaspar possibilitou espaço para reunião. Esteve presente o Secretário de Educação Neivaldo da Silva.  Na ocasião foi eleita para a vaga de primeira secretária do fórum a professora mestre Neli Goes Ribeiro, presidente do NEAB/UDESC. Nesta reunião foi possivel avaliar quais os caminhos que o fórum deve seguir para a garantia do que apresenta a LDB em relação as questões étnicas com destaque para os povos afrodescendentes e indígenas. Professores do município de Gaspar que estavam presentes destacaram a importância do fórum ter a prática de fazer reuniões intinerantes, pois desta forma existe a possibilidade de atender também aos que não dispõe de tempo e condições em deslocar-se para as reuniões caso elas ocorressem em apenas um local. A professora Geni, do grupo Mariama de Itajaí, falou sobre as mudanças ocorridas na LDB e destacou a importãncia do fórum ser um espaço de diálogo relativo as questões étnicas.
No Município de São José, a professora Janaina apresentou ações desenvolvidas no município em relação a Lei 10.639/03 e o professor Morche apresentou ações que são desenvolvidas em Blumenau. Professora Neli trabalhou as funções do fórum conforme define o Plano Nacional e destacou as metas do Plano Nacional que deveriam ter sido alcançadas a curto prazo, as que deveriam ser alcançadas a médio e longo prazo.
A próxima reunião ficou defenida para ocorrer no Município de Itajaí no dia 30 de setembro.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Convocação para reunião do Fórum Permanente de Educação e Diversidade etnicorracial

 Convocação                                                       
          O presidente do Fórum Permanente de Educação e Diversidade etnicorracial, vem por meio desta convocar os representantes dessa instituição a participar da reunião ordinária do fórum  a se realizar  no Sindicato de Professores de Campinas em São José.

Endereço: Sindicato dos professores de SC, Campinas/ São José, rua: Adhemar Silva, nº 826,
Telefone: (48) 3248-2108
            Data: 24/08/11 quarta-feira
            Horário: 09h00 ao 12h00 intervalo retorno a 13h00 as 16h30min

            Pauta para reunião:

            Relatos de experiências municipais sobre a implementação da lei 10.639/03;

Expectativa do MEC quanto ao Fórum e expectativa do Fórum quanto ao MEC;

Plano nacional de implementação a Lei 10.639/03 e funções do fórum;


quinta-feira, 21 de julho de 2011

ARANY SANTANA, DIRETORA DO BLOCO BAIANO ILÊ AIYÊ, VISITA SANTA CATARINA

A diretora do bloco baiano Ilê Aiyê, Arany Santana, esteve no Municípi de Itajaí no dia 20 de julho com a finalidade de conversar com representantes da cultura negra do município e de outros municípios catarinenses na busca de informações sobre a história do negro em Santa Catarina, pois o tema do carnaval do Ilê Aiyê de 2012 será "Negros do Sul". Estiveram presentes representantes de Itajaí, Blumenau, Itapema e Joinville.
O Projeto para o carnaval 2012 do bloco Ilê Aiyê em sua justificativa, destaca: "Para o Carnaval de 2012, o Ilê Aiyê retorna mais uma vez a temática brasileira, escolhendo três grandes estados do sul do país, que não são somente a 'terra de imigrantes eurpeus' e seus descendentes, mas também de um significativo contigente populacional afrodescendente, oriundos de comunidades quilombolas e negros libertos que lutaram na guerra do Paraguai, na batalha de Porongos, Farroupilhas e se caracterizaram pelo heróismo anônimo, invisibilizados pelo preconceito e com histórias que precisam ser conhecidas e reconhecidas pelo Brasil".
Os afrodescendentes de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul ganham com esta proposta mas uma pesquisa que trará conhecimentos riquissímos para a história da região.

Arany Santana (Diretora do bloco Ilê Aiyê), Otávio (captaçãode material na Região Sul) e Paulinho (Itapema) apresentando sua pesquisa sobre afrodescendentes do município de Itapema.

Reunião com representantes do bloco baiano IlÊ Aiyê em Itajaí, SC.


Morche Ricardo Almeida (Presidente do Fórum Permanete de Educação das Relações Étnicorraciais de Santa Catarina) e Arany Santana (Diretora do bloco Ilê Aiyê - Salvador - Bahia)

Graziela Cristina Gonçalves da Secretaria de Relações Institucionais e Temáticas da Prefeitura de Itajaí, anfitriã da reunião com representantes do bloco Ilê Aiyê, recebeu de presente uma caixa com material sobre a história do negr no Rio Grande do Sul.



quinta-feira, 14 de julho de 2011

CALENDÁRIO DE REUNIÕES ITINERANTES

03 de agosto - Gaspar
Local: Prefeitura Municipal de Gaspar - Auditório do Ditran
Rua Coronel Aristiliano Ramos, nº 435
Praça Getúlio Vargas - Centro
Horário: 9h00 às 12h00

23 de agosto - São José
Local a definir

20 de setembro - Jaraguá do Sul
Local a definir

19 de outubro - Tubarão
Local a definir

30 de novembro - Lages
Local a definir

07 de dezembro - Joinville
Local a definir

quarta-feira, 13 de julho de 2011

JORNAL JBFOCO - BIGUAÇU - SC


A presidência do Fórum Permanente de Educação das Relações Étnicorraciais de Santa Catarina esteve reunida no último dia 11 de julho, em Biguaçu, SC, para definir estratégias de trabalho para o segundo semestre. O editor do JBFOCO, Ozias Alves Júnior,  entrevistou o presidente Morche Ricardo Almeida, o vice-presidente José Ribeiro e a primeira secretária Dagmar Pereira. A entrevista teve como foco a importância de material para trabalhar as leis 10.639/03 e 11.645/08.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Seminário – Plano Nacional de Educação – PNE – Blumenau, SC.

Morche Ricardo Almeida
Presidente do Fórum - 2011/2012





Estivemos presentes no Seminário do Plano Nacional de Educação – PNE em Blumenau, SC, hoje dia 12 de julho de 2011. Seminário organizado pela Escola do Legislativo Deputado Lírio Mauro da Silveira, trouxe, o seminário, o objetivo de fomentar o debate público sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE), proposto no Projeto de Lei 8035/10 do Governo Federal, em tramitação no Congresso Nacional, buscando aprimorar o projeto.
Na programação para o dia de palestras que teve início as 9h00 com final as 17h30, falou-se, no período matutino, sobre: financiamento e também qualidade na educação. Após o almoço construiu-se uma mesa onde as temáticas foram o ensino superior, educação infantil, ensino médio e educação profissional, educação básica além de diversidade e educação inclusiva.
O profissional que palestrou sobre diversidade e educação inclusiva foi o Professor Dr. Vilmar Silva – Diretor Unidade Palhoça – IF-SC, uma excelente palestra, no entanto, como parece ser de praxe o palestrante discorreu com muita tranqüilidade sobre a questão da educação inclusiva. Não o criticamos, pois este é o espaço que, segundo ele, lhe é comum, já que desenvolve o seu trabalho com surdos.
A diversidade esteve presente em suas falas, pois falar de inclusão é também falar de diversidade, porém quando a questão pende para questões étnicas, de gênero e outros, a conversa acontece de modo tímido. Eis aí a grande problemática que percebemos quando o assunto é DIVERSIDADE E EDUCAÇÃO INCLUSIVA.  O que será que impede um debate mais amplo sobre a diversidade nestes termos? Será tão difícil abrir espaço para palestrar sobre as questões étnicas, de gênero e tantas outras que acene sobre a diversidade?
Queremos que as temáticas relativas à diversidade também estejam presentes nos próximos encontros construídos para fomentar o debate público sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE), proposto no Projeto de Lei 8035/10 do Governo Federal, em tramitação no Congresso Nacional, buscando aprimorar o projeto.

As diretrizes do PNE – 2011/2020 são:

1 – erradicação do analfabetismo;
2 -  universalização do atendimento escolar;
3 – superação das desigualdades educacionais;
4 – melhoria na qualidade de ensino;
5 – formação para o trabalho;
6 – promoção da sustentabilidade sócio-ambiental;
7 – promoção humanística, científica e tecnológica do país;
8 – estabelecimento de meta de aplicação de recurso públicos em educação como proporção do produto interno bruto;
9 – valorização dos profissionais da educação;
10 – difusão dos princípios de equidade, do respeito à DIVERSIDADE e a gestão democrática da educação.

SE ANTES A LDB SUGERIA, AGORA HÁ OBRIGATORIEDADE POR FORÇA DE LEI FEDERAL.

MORCHE RICARDO ALMEIDA


Primeiro, veio a LDB (lei 9.394/96) que norteia, em 1996, quais as diretrizes e bases da educação nacional. Para alterar alguns artigos na LDB, a exemplo de outras mudanças anteriores, surgiu a norma para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", além de outras providências legais. Esta legislação educacional passou a vigorar acrescida dos artigos 26-A, 79-A e 79-B (lei 10.639/03) e isto, em 2003, significou que a LDB foi obrigada a robustecer seu artigo 26 com o artigo 26-A. Este artigo 26, na LDB, trata dos currículos do ensino fundamental e médio que deve ter uma base nacional comum, a ser completada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. Os currículos a que se refere a parte principal (o caput) deste artigo 26, na LDB, originariamente, devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil. Assinala o mesmo artigo 26 eledebista que o ensino da arte constituirá componente curricular, obrigatório, nos diversos níveis de educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. Além da educação física integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da educação básica, ajustando-se as faixas etárias e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diversas culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente nas matrizes indígenas, africanas e européias. Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.
Observando a origem do artigo 26, na LDB, o que veio a ser acrescentado ao mesmo artigo, agora com outra lei, onde se complementa o artigo 26, na LDB, com o mesmo artigo 26-A, agora, na lei 10.639/03, foi a obrigatoriedade nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Embora os legisladores, na LDB, tenham incluído o ensino da História das matrizes indígenas, africanas e européias (supra assinaladas neste ensaio). O artigo 26-A tornou obrigatório, enquanto o artigo 26, na LDB, o artigo originário, aquele que originou esta mudança, não obrigava, mas sugeria ao escreverem os legisladores eledebistas o verbo "deve" em lugar de tornar obrigatório, conforme normatizou o artigo 26-A, o conteúdo programático a que se refere a História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, seja em escola pública, seja em escola de iniciativa privada. Qualquer uma delas está obrigada por lei federal a incluir em seus currículos (evidentemeente, com professores habilitados às novas legislações) de ensino fundamental e médio, o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nasa áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. Por sua vez, o artigo 79, na LDB, definiu que a União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de ensino no provimento da educação intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa. Os programas serão planejados com audiência das comunidades indígenas. E os Planos Nacionais de Educação, incluídos neste artigo 79, terão os objetivos de fortalecerem as práticas sócio-culturais e a língua materna de cada comunidade indígena. manter programas de formação de pessoal especializado, destinado à educação escolar nas comunidades indígenas. Desenvolver currículos e programas específicos, neles incluindo os conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades. E elaborar e publicar, sistematicamente, material didático específico e diferenciado.
E este mesmo artigo 79, na LDB, ampliado com nova lei, cujo texto se compreende sob a égide do artigo 79-A, pois robustecido com o acrescimo da lei 10.639/03, ampliou a norma para que, agora, o calendário escolar inclua também o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. A saber, esta data vem sendo comemorada desde o século passado. E o mesmo artigo 79, na LDB, que recebeu dois acréscimos. O primeiro, artigo 79-A, do dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem ao cantado em versos e prosa Zumbi dos Palmares; o segundo, artigo 79-B, vetado pelo Presidente da República. Após o advento e comentário destas leis federais (9.394/96 a LDB e 10.639/03 que a robustece nos aspectos antes expostos) esta outra lei 11.645/08 também teve o propósito legal em alterar novamente a LDB, modificada pela lei 10.639/03, ou seja, nos artigos 26-A, 79-A e 79-B que, ao estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional, inclui a obrigatoriedade no currículo oficial da rede de ensino a temática "História e Cultura Afro-Brasileira", também a indígena. E, assim, o artigo 26-A vigora, hoje, que os estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados, tornam-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. Além do mais, o conteúdo programático a que se refere este novo artigo, ou seja, originário da LDB, e duas vezes modificado - em duas leis consecutivas: no ano de 2003 e neste de 2008 - incluiu-se no renovado artigo 26-A, diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a transformação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional. Resgatando as suas contribuições na área social, econômica e política pertinentes à história do Brasil. Além dos conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros, serão ministrados, no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.
Se antes a LDB sugeria o estudo das diferentes culturas e etnias, nos diversos níveis da educação básica, agora a lei diz que é obrigatório tais estudos. E, desde 2003, ampliando-se a legislação educacional neste ano de 2008, todas as escolas são obrigadas a incluírem em seus currículos dos ensinos fundamental e médio o estudo das matrizes indígenas e africanas. Resta saber se o professor tem a habilitação necessária para transmitir tais conhecimentos. Com esta nova realidaede, as secretarias de educação, estaduais e municipais, e as escolas particulares, por sua vez, farão alterações significativas em seus currículos do ensino básico. Considerando ser vasta a literatura a respeito dos temas apresentados.